O udenismo, expressão do modo de fazer política dos simpatizantes e filiados à UDN tem como característica básica a defesa de um liberalismo clássico, forte apego ao moralismo, sendo à época o mais conservador dos três partidos existentes (além de inúmeros outros partidos menores, sobressaindo-se, porém, a UDN, PTB e PSD).
Inimigo velado do populismo, a visão da UDN dava origem a polêmicas: era chamado de “partido dos cartolas”, por ser considerado uma agremiação de elementos de classes mais altas que o grosso da população.
Tal postura moralista costuma ser apresentada como justificativa da imagem da UDN como “partido das classes médias”, o que verifica-se no próprio programa do partido e nos seus vários programas, discursos de seus membros, nos meios militares e as frequentes denúncias de corrupção administrativa ou então de “proletarização” do governo.
Na área do debate econômico, porém, a UDN defendia o interesse dos proprietários de terra e da indústria ligada ao capital estrangeiro, adotando dessa maneira uma plataforma elitista e deveras distante do discurso populista ou do interesse de classes mais baixas.
Podemos diferenciar três fases de atuação da UDN na política nacional durante sua breve existência:
- oposição sistemática a Getúlio Vargas, em especial quanto à política social e a intervenção estatal da economia.
- fase de denúncias de corrupção administrativa, com o fim de atingir a aliança governista PTB-PSD, que explica a aproximação com o moralismo janista.
- fase do anticomunismo radical, que explica a proximação com Ademar de Barros, e que culminaria com a participação ativa na deposição de João Goulart.
Como todos os demais partidos da época, em 1965, através do Ato Institucional número 2, a UDN foi extinta. A maioria de seus integrantes engrossaria as fileiras da ARENA, o partido que dava suporte ao Regime Militar no Congresso Nacional.
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